Qual o motivo número um que as famílias deveriam contratar um Multi Family Office?
Se você pensou em rentabilidade, não é sobre isso que a gente vai falar. O principal motivo é preservação de capital. É por esse motivo que as famílias deveriam contratar um Multi Family Office. Aliás, nada mais justo do que trabalhar com a preservação de riqueza de uma família que demorou a vida inteira para construir um patrimônio.
Só que isso só é possível com um detalhe: um bom mapa patrimonial, e é sobre isso que nós vamos falar hoje.
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Mapa Patrimonial
Um mapa patrimonial é basicamente um livro, onde você coloca no papel, hoje em dia, não é mais papel, mas onde você anota e tem por escrito tudo o que é importante, como é a vida ideal daquela família, o que é importante e o que não é importante para aquela família, quais são as estratégias que essa família toma hoje, como essa família se conscientiza dos riscos conhecidos, mas principalmente dos riscos que não são conhecidos, e como que essas estratégias conversam entre si para que a solução seja implementada.
Um mapa patrimonial vai dar todo o norte para alocação de recursos de uma família, para elaboração das estratégias, para que todas conversem de uma maneira única e harmônica. Um mapa é uma conversa franca e honesta sobre a vida patrimonial, sobre a qualidade de vida dessa família e não necessariamente uma conversa financeira, aliás ela não tem nada de financeira.
É importante saber também qual é o problema de você não ter um mapa patrimonial. É importante que as famílias tenham informações gerenciais para que elas consigam tomar as decisões.
Problema de não ter uma mapa patrimonial
É importante que a família saiba, por exemplo, se o patrimônio que ela conquistou até hoje é suficiente para arcar com a qualidade de vida que essa família escolheu, e se não, qual o tamanho desse patrimônio? Quanto de patrimônio essa família tem que ter para viver a vida que ela escolheu?
São coisas que a família nem sempre se preocupa, e o mapa patrimonial vai dizer isso. Quanto tempo o patrimônio dura nessa qualidade de vida que a família está pensando em viver.
Outro problema de não ter um mapa patrimonial é não parar uma vez por ano pelo menos para rever se as estratégias ainda fazem sentido. Um planejamento patrimonial precisa ser simples, fácil, para conseguir ser executado.
É muito comum que a gente observe famílias que têm um problema e entram com uma solução para aquele problema, um outro problema, uma outra situação, e uma outra solução para esse problema.
O que acaba acontecendo é que a vida acaba virando uma “colcha de retalhos” e você acaba tendo diversas soluções que individualmente podem ser muito boas, mas quando você olha elas em conjunto, você entende que essas soluções não foram tão interessantes assim e você poderia ter resolvido um problema de uma forma muito mais fácil, simples e menos custosa.
Um exemplo disso é que duas semanas atrás foi enviado para a Assembléia Legislativa uma PL que, entre outras coisas, fala sobre a tributação de previdência privada. Por quê isso é importante? Por que a previdência privada passaria a ser tributada pelo ITCMD, Imposto de Sucessão.
Então, o mapa patrimonial vem para você parar um ano e entender se essas estratégias, se essas famílias que utilizaram a previdência privada como um artifício de planejamento sucessório, se ainda faz sentido ou se há alguma coisa para melhorar ou para mudar esse planejamento.
Elaboração do Mapa Patrimonial
Agora eu vou falar como se dá a elaboração desse mapa patrimonial. Bom, tem algumas etapas:
1 – Conversa
A primeira etapa é uma conversa franca, honesta, para entender claramente quais são os valores daquela família, como aquela família conseguiu acumular aquele patrimônio, para quê essa família quer esse patrimônio, qual o estilo de vida daquela família, o que ela projeta para o futuro, o que podia ser feito para melhorar, o que tira o sono daquela família, quais são as preocupações daquela família. Essa família tem algum objetivo que está com medo de fazer por que não sabe qual o impacto financeiro daquela decisão?
É uma conversa onde vamos falar zero de investimento, zero de risco, a gente vai falar sobre a família, o que é importante para ela, o que tira o sono, para aí sim mudar para a próxima etapa.
2 – Investimentos
A etapa dois já é um pouco diferente, aí sim vamos falar de uma parte mais técnica, a gente vai querer saber quais são os investimentos, como que essa família chegou a ter esses investimentos, essa carteira de investimentos.
Por exemplo, quais são os seguros, qual é a gestão de riscos que essa família faz, como que essa família trata com os assuntos patrimoniais, ou seja, como os advogados dessa família trabalham, como o contador trabalha, tanto no planejamento sucessório como no planejamento fiscal, quanto que essa família faz, quais são as estruturas que essa família decidiu utilizar e o porquê. Parte técnica, entender claramente o que se faz hoje para cumprir com a estratégia de qualidade de vida dessa família.
3 – Análise
Partimos para a etapa três, que é onde nós analisamos tudo isso, ou seja, todos os dados referentes àquela família, o que é importante para aquela família, o que não é importante para aquela família, as preocupações e os dados técnicos. O que essa família faz hoje, nós vamos entender, analisar esses dois pontos para saber o que faz sentido, o que não faz sentido, o que precisa ser feito mais e o que não precisa. A gente vai analisar, cruzar esses dados.
4 – Desenvolvimento das Soluções
A quarta etapa é o desenvolvimento das soluções. Então, depois que a gente analisou, é importante entender como vai ser a melhor estratégia para aquela família, o que vai ser feito.
Lembra que eu falei lá atrás que uma estratégia patrimonial é importante que ela seja simples, fácil? Então a gente tem que entender, de uma forma geral, como que a gente vai montar as estratégias para que faça sentido para aquela família.
Tem um exemplo que eu gosto de dar. Meu pai tem um Jeep 1994, lindo, maravilhoso, uma vez quebrou e parou de funcionar, problema na embreagem.
Não tinha peça, era uma edição limitada e o mecânico conseguiu uma peça de uma Cherokee. Pegou aquela peça da Cherokee e colocou, voltou a funcionar, o Jeep funcionou perfeitamente. Resolveu aquele problema da embreagem.
Deu um mês, começou a ter problema em outro lugar. Consertava e dava problema em outro lugar. Por quê? Por que a solução dada foi muito boa para aquele problema, as quando se coloca tudo em um contexto geral, a solução, a complexidade da solução muda bastante, e é isso que a gente vai tentar desenvolver nessa etapa.
Não é um ponto e atacar o ponto, mas sim um contexto geral e ver qual é o conjunto de soluções que você consegue uma melhor dinâmica de estratégias para solucionar o problema patrimonial de uma família.
5 – Implementação das Estratégias
Na etapa cinco é onde terá, de fato, a implementação dessas estratégias. Então o ideal é pontuar, montar um plano de ação e priorizar quais as estratégias que nós vamos fazer primeiro.
É impossível a gente fazer tudo ao mesmo tempo, então é importante priorizar e ir seguindo uma determinada lógica. Essa é a hora em que a gente vai montar a carteira de investimentos baseado no que aquela família precisa e vai montar toda a parte de gerenciamento de riscos e seguros. A elaboração e implementação das melhores estruturas para que a gente consiga coordenar todo este patrimônio, o que já é feito, o que não é feito, e também vamos olhar sobre o aspecto de qualidade de vida, então imagina a vida como se existisse alguma coisa como um “felizômetro”, um nível de satisfação, um nível de felicidade que uma família pode ter.
É um outro passo muito importante. Lembra que lá no passo 1, a gente entendeu o que é importante para a família, o que preocupa, o que tira o sono daquela família? Então essa é a hora de a gente tratar com a parte do concierge, que é entender o que de fato é importante para aquela família e implementar as soluções.
Então se uma família agora gosta de viajar para lugares exóticos, por exemplo, é um papel do Family Office facilitar isso para aquela família e implementar isso.
6 – Monitoramento
Por último, a etapa seis, que basicamente é o monitoramento. Entender se aquelas estratégias, aquelas soluções que tomamos continuam válidas, ano após ano.
Anualmente, é importante parar e fazer de novo o mapa patrimonial, atualizar ele e entender se fazem sentido as estratégias, se merece ampliá-las, tirar uma, colocar outra, enfim, adequar de novo esse mapa patrimonial para o que é importante para a família.
Essas são as etapas, mas você deve estar se perguntando, “tá bom Walter, mas como é que eu faço esse planejamento patrimonial, esse mapa patrimonial”? Dentro de uma estrutura de um Family Office, você tem um profissional que tem um título CFP, o Certified Financial Planner, é uma certificação internacional. Esse é o profissional ideal para conseguir fazer: planejamento patrimonial, análise de crédito, investimentos, riscos, planejamento fiscal, sucessório.
É óbvio que uma grande parte vai precisar de uma assessoria de advogados, de contadores e de outros profissionais, mas esse é o profissional correto e é ele que vai te ajudar a fazer.
Então quando você for escolher um Family Office, escolha um que tenha o mapa patrimonial e tenha esses CFPs.
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